O transplante capilar FUE (Follicular Unit Extraction) tem se tornado um procedimento cada vez mais popular nos últimos anos. Isso se deve ao fato de que a técnica vem se aprimorando desde o seu surgimento, sendo hoje reconhecida por produzir resultados cada vez mais naturais e que se assemelham ao aspecto do cabelo não transplantado.
Antes de tudo é relevante esclarecer a dúvida se transplante e implante capilar FUE se referem ao mesmo procedimento. Os dois termos são utilizados em referência à mesma cirurgia em que folículos são retirados da zona doadora e transferidos a regiões de calvície. Entretanto, o termo implante capilar, apesar de muito difundido, não é tecnicamente correto. A palavra implante refere-se à introdução ou enxerto de materiais artificiais em estruturas orgânicas, o que não é o caso nessa cirurgia. Os folículos utilizados no transplante capilar FUE são todos naturais e apenas são transferidos de uma região a outra no corpo do paciente (na maioria das vezes são utilizados folículos do próprio couro cabeludo, porém podem ainda ser de outras áreas como por exemplo a barba ou o tórax).
Mesmo tendo se tornado um procedimento mais conhecido pelas pessoas, ainda hoje é possível nos depararmos com dúvidas em relação à qualidade do resultado final e à naturalidade que pode ser alcançada. Até pouco tempo existia um estigma em que se associava o transplante capilar ao chamado “cabelo de boneca”, sendo também comparado ao aspecto de peruca.
Pra explicar melhor sobre essa estigmatização precisamos entender um pouco sobre a história do transplante capilar. No início dos anos 50 o dermatologista Dr. Norman Orentreich criou as bases do transplante capilar moderno por meio da descoberta de que os cabelos transplantados mantinham as características da área onde foram retirados. Dessa maneira, cabelos retirados de uma área que não sofre influência do hormônio responsável pelo processo de afinamento e queda poderiam ser transplantados para outras regiões do corpo de maneira definitiva, sendo então uma alternativa no tratamento da calvície. A partir daí o Dr. Orentreich desenvolveu ferramentas denominadas punchs que seriam utilizadas tanto na remoção quanto nas incisões para a realocação dos fios, sendo os primeiros punchs com tamanho de 4 e 5mm de diâmetro. O problema em se utilizar punchs desse tamanho é que os cabelos eram transplantados em grupamentos, criando o aspecto de tufos e dando então origem ao termo “cabelo de boneca”.
Com o passar dos anos, a fim de solucionar esse problema, os punchs foram sendo modificados e tiveram seu diâmetro gradativamente reduzido. O problema relacionado a isso é que quanto menor o tamanho do punch maior era a dificuldade de se realizar a cirurgia já que esse tamanho reduzido aumentava as chances de transecção dos fios (intercorrência gerada pelo desalinhamento entre o eixo do punch e o eixo do fio de cabelo, ocorrendo então o corte do mesmo sem a sua raiz e impossibilitando assim seu crescimento em outra região).
A partir daí criou-se a necessidade de que os cirurgiões aprimorassem cada vez mais a sua técnica, diminuindo os índices de transecção e aumentado a qualidade do resultado final no transplante capilar FUE. Atualmente são utilizados punchs que variam entre 0,7 e 1,0mm, chegando a ser 7 vezes menores que os primeiros punchs inventados, possibilitando assim um resultado natural e virtualmente imperceptível.
Utilizando de materiais tão pequenos e delicados e extraindo uma unidade tão sensível quanto um único fio de cabelo, é fundamental que o cirurgião domine com destreza a técnica do transplante uma vez que os movimentos de extração são realizados milhares de vezes em uma única cirurgia e o número de transecções devem ser tão reduzidos quanto seja possível. É devido a isso que durante a cirurgia são utilizadas lupas com aumento de até 10x o tamanho real e que possibilitam a realização desse trabalho minucioso.
Outro avanço importante nessa área foi a evolução dos materiais utilizados nas cirurgias. Os punchs utilizados inicialmente eram punchs manuais em que o cirurgião deveria realizar o corte de cada um dos folículos usando apenas o movimento e a força de suas mãos. Posteriormente evolui-se para maquinas de extração que realizavam a rotação do punch por meio de um motor, facilitando assim o corte da epiderme e a retirada do folículo, porém, às custas de altos índices de transecção. Hoje os equipamentos mai
s modernos promovem além do movimento de rotação, movimentos como oscilação e vibração que auxiliam na retirada do folículo reduzindo significativamente os índices de transecção, chegando a valores abaixo de 5% na maioria dos casos.
A naturalidade do transplante capilar vai, entretanto, muito além da simples utilização de pequenos punchs para a extração dos folículos. Como citado anteriormente isso faz-se necessário para que não sejam transplantados grupamentos contendo mais que 4 fios, uma vez que isso pode levar a um aspecto não desejado, passando a impressão de pequenos tufos de cabelo. Para garantir esse refinamento no transplante devem ser utilizados ainda microscópios específicos nos quais os folículos são avaliados um a um e caso seja necessário realizada a chamada lapidação folicular, além da separação dos folículos em unidades de um, dois, três ou quatro fios. Esse processo de lapidação e separação mostra-se ainda mais fundamental quando observada a naturalidade obtida com a implantação de unidades selecionadas em determinadas áreas do couro cabeludo. Na hairline (primeiras fileiras de cabelos da porção frontal), por exemplo, deve-se observar com rigor a implantação de folículos de um ou dois fios, em ordem específica, a fim de se obter um resultado natural. Outro fator determinante para a naturalidade no transplante capilar FUE é a qualidade das incisões feitas pelo cirurgião. A sua relevância é tamanha que a orientação e a qualidade das incisões na hairline chegam a ser conhecidas como a assinatura do cirurgião no transplante capilar FUE.
Diante de todos esses fatores fica evidente a importância de se escolher um profissional experiente e que respeite a relevância de cada um desses processos essenciais, não deixando de lado ainda a importância da utilização de materiais de qualidade que possibilitem a realização de uma cirurgia segura e com máxima eficiência. Todos esses cuidados devem ser levados em consideração no momento de escolher a clínica onde será realizado o transplante capilar FUE. Um trabalho bem executado leva em consideração os passos a serem tomados no decorrer da cirurgia a fim de evitar resultados estigmatizantes. O aspecto em “cabelo de boneca” ou em “peruca” podem ser resultantes da não observação desses importantes passos cirúrgicos.
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